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coisa de tropeiro

  • Foto do escritor: Iara
    Iara
  • 26 de set. de 2024
  • 1 min de leitura

Atualizado: 30 de out. de 2024

Meninada jogando queimada na sete com vinte e dois.

De longe, vi pai chegando em trote lento. Na garupa o saco de couro cheio com mimos da riqueza.

Corri. Gritei mãe.

Minhas irmãs pularam de suas preguiças dominicais e correram para o alpendre.

Dia de festa. Pai chegara da comitiva de mês!

Mal descera do cavalo, amontoamos naquele corpo esguio feito formigas subindo em melado.

Só teve sossego quando abriu o saco de couro: — Mulher, taí a panaiada que pediu!

Sentou-se na poltrona e me pôs no colo.

De dentro do gibão tirou um pedaço de pano brilhante e um frasco de perfume já aberto: — Pro cê!

Somente anos mais tarde fui entender de onde vinham aqueles pequenos mimos usados.



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